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Flopou: Ato pró-Bolsonaro fracassa e reúne público pequeno na Paulista

Imagens transmitidas por sites bolsonaristas mostram que os apoiadores presentes não preencheram sequer dois quarteirões da avenida.
- Fonte: Com informações agências 29/06/2025 21:03 - Atualizado 30/06/2025 08:14
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O protesto convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, neste domingo (29), reuniu um público significativamente menor do que as expectativas, registrando apenas 12,4 mil pessoas, de acordo com estimativa do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP). O número representa uma queda drástica em comparação à manifestação anterior, em 6 de abril, que atraiu cerca de 45 mil pessoas ao mesmo local.

A contagem, realizada com o auxílio de inteligência artificial aplicada a imagens aéreas, atingiu seu pico às 15h40. Segundo os pesquisadores Márcio Moretto e Pablo Ortellado, da USP, a metodologia possui uma precisão de 72,9% e acurácia de 69,5%, com margem de erro de 12%. Isso indica que o público presente variou entre aproximadamente 10,9 mil e 13,9 mil pessoas.

"Número de participantes é menos importante", diz Malafaia

Com o mote “Justiça Já”, o ato foi liderado pelo pastor Silas Malafaia. Antes mesmo do início oficial do evento, Malafaia já sinalizava uma adesão menor. "O número de participantes é menos importante do que o que vou dizer aqui", afirmou ao microfone, em um possível reconhecimento da baixa expectativa de público.

Faixas críticas e mensagens "internacionais" marcam o evento

Além das tradicionais faixas de crítica ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes exibiram bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. O evento ocorreu 19 dias após Bolsonaro ter chamado de “malucos” os apoiadores que montaram acampamentos em frente a quartéis do Exército após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 – comportamento que, à época, foi incentivado por setores do bolsonarismo.

Baixa concentração e discursos para "Trump"

Imagens transmitidas por sites bolsonaristas mostraram que os apoiadores presentes não preencheram sequer dois quarteirões da avenida. O carro de som, custeado por Silas Malafaia, estava estacionado na esquina da Paulista com a Rua Peixoto Gomide, próximo ao Parque Trianon, mas a aglomeração não se estendia sequer até a frente do MASP, localizado na mesma quadra. Do lado oposto, os bolsonaristas não chegavam nem à Alameda Rocha Azevedo, o quarteirão seguinte, rumo à Consolação.

Na plateia, além das figuras habituais, foram vistos cartazes em inglês em meio a bandeiras de Israel. Em cima do trio elétrico, Bolsonaro ensaiou novamente uma mensagem em inglês, após o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ter feito parte de seu discurso no idioma, aparentemente direcionando uma mensagem a Donald Trump. "Make Brazil Great Again", disse Bolsonaro, em tom de constrangimento.

Skatistas e "bizarrices" antes do início do ato

Dezenas de skatistas invadiram a Avenida Paulista horas antes do início do ato, realizando um protesto que foi registrado pelos próprios apoiadores do ex-presidente. As imagens mostram jovens chegando de skate e entoando um coro de protesto contra Bolsonaro: "Eih, Bolsonaro, vai tomar no c*".

O evento já colecionava fatos inusitados e cenas bizarras antes mesmo de começar. Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo e parceiro de Eduardo Bolsonaro (PL) em suas empreitadas nos EUA, pediu que os bolsonaristas enviassem fotos de cartazes em inglês, prometendo mostrá-los a Donald Trump e seus assessores. "Coloque aqui APENAS imagens dos seus cartazes na Paulista em inglês e/ou pedindo sanções contra o Alexandre! Não precisa mostrar o seu rosto. Eu vou fazer, pessoalmente, com que estas imagens cheguem à Casa Branca!", escreveu Figueiredo.

Em resposta ao apelo, uma das "cenas bizarras" divulgadas mostrava uma caricatura de Eduardo Bolsonaro com uma mensagem em português e inglês: "Fé em Deus, Eduardo Bolsonaro. Edu, nós o apoiamos. Donald Trump thank you very much". Meia hora antes do início, imagens aéreas obtidas pela Fórum já prenunciavam a baixa movimentação de bolsonaristas na Avenida Paulista.

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