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Brasileira Juliana Marins Morre Após Queda em Vulcão na Indonésia

Corpo da jovem de 26 anos foi localizado nesta terça-feira (24) após dias de buscas no Monte Rinjani.
- Fonte: Da redação 24/06/2025 13:04 - Atualizado 29/06/2025 21:01
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A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24) após cair da borda da cratera do Monte Rinjani, na Indonésia. A tragédia ocorreu na madrugada de sábado (21), mas as equipes de resgate só conseguiram chegar ao local onde a jovem estava nesta manhã, devido às condições geográficas e meteorológicas adversas.

A notícia do falecimento foi confirmada pela família de Juliana em uma publicação emocionada no Instagram, no perfil "Resgate Juliana Marins", criado para acompanhar as buscas. "Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido", dizia o comunicado.

Resgate Dificultado por Condições Adversas

Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarna), a demora no início dos trabalhos de busca e salvamento no sábado se deu porque as equipes só foram acionadas horas após o acidente. Um dos integrantes do grupo de Juliana precisou descer por horas até um posto de comunicação para alertar as autoridades. Além disso, o difícil acesso ao local onde a jovem caiu, cerca de 500 metros abaixo da borda da cratera, complicou os esforços.

Nos primeiros dois dias de buscas, drones com sensores térmicos foram utilizados, mas não conseguiram localizar Juliana. Apenas na manhã de segunda-feira (23) ela foi avistada. A temperatura do corpo indicava que a brasileira ainda estava viva, embora imóvel.

Nesta terça-feira, um helicóptero foi enviado à região, transportando uma equipe de resgate especial da Basarna. No entanto, as condições climáticas e o terreno acidentado continuaram a atrapalhar os trabalhos, dificultando a descida por meio de cordas.

Governo Brasileiro Lamenta a Morte

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta terça-feira (24) manifestando "profundo pesar" pela morte de Juliana Marins. O Itamaraty informou que a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou autoridades locais "no mais alto nível" para auxiliar no resgate e acompanhou os trabalhos de busca desde o primeiro momento.

"O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do Mount Rinjani", declarou a nota, prestando condolências aos familiares e amigos da jovem.

Monte Rinjani: Beleza e Perigo

Natural de Niterói, Rio de Janeiro, Juliana Marins, que era publicitária, sofreu o acidente durante uma trilha guiada no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. O local é um dos destinos mais procurados por turistas e montanhistas na Indonésia, mas também é reconhecido por sua periculosidade.

Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo pico mais alto da Indonésia e um vulcão ativo, parte do Parque Nacional Gunung Rinjani. As trilhas, apesar de atraírem aventureiros, são descritas como desafiadoras e traiçoeiras. O percurso, que pode levar de dois a três dias para ser concluído, apresenta trechos com penhascos, subidas íngremes e mudanças climáticas bruscas, como nevoeiros repentinos que reduzem drasticamente a visibilidade.

Histórico de Acidentes Fatais

O Monte Rinjani tem sido palco de uma série de acidentes nos últimos anos, alguns deles fatais. Em maio de 2025, um montanhista da Malásia morreu após uma queda. Em setembro de 2024, o adolescente indonésio Kaifat Rafi Mubarraq, de 16 anos, desapareceu e teve seu corpo encontrado após mais de uma semana de buscas intensas. Em outubro de 2024, o irlandês Paul Farrel, de 31 anos, sobreviveu milagrosamente após cair de um penhasco de 200 metros. No entanto, em agosto de 2022, um jovem israelense de 19 anos morreu após uma queda durante a escalada.

O pacote para trilhar o vulcão custa, em média, 2 milhões de rupias indonésias (cerca de R$ 667), incluindo alimentação, água e equipamentos básicos. O percurso escolhido por Juliana era de três dias e duas noites, considerado menos desgastante. Bruna Carneiro, que fez a trilha em 2023, afirmou em entrevista ao UOL News que o trajeto não exige técnicas avançadas, mas demanda bom preparo físico e atenção constante, especialmente em trechos com precipícios e pequenas escaladas. As mudanças climáticas repentinas, com altas temperaturas durante o dia e quedas drásticas à noite, agravadas por ventos fortes e nevoeiros, também representam riscos significativos aos aventureiros.

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