Sexta, 13 de Junho de 2025

MENU

--°C

Carregando...

Dólar R$ --

Euro R$ --

PUBLICIDADE

Siga-nos:
Brasília- DF

Advogado de Bolsonaro Entrega Hang, Dono do Coco Bambu e Pazuello ao Expor Áudio de Cid

Celso Villardi, que defende Bolsonaro tomou uma invertida de Moraes, que indagou se ele pediria a inclusão do véio da Havan, Afrânio Barreira, do Coco Bambu, Meyer Nigri, da Tecnisa e de Pazuello na ação penal sobre a quadrilha golpista.
- Fonte: Revista Forum 10/06/2025 18:32 - Atualizado 12/06/2025 20:10
Ouça a matéria

Bastante nervoso, o advogado Celso Villardi, que faz a sustentação da defesa de Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da quadrilha golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), se enrolou e expôs um áudio retirado do WhatsApp do tenente coronel Mauro Cid em que implica o ex-ministro e deputado federal general Eduardo Pazuello (PL-RJ), o "véio da Havan" Luciano Hang e "empresários".

Em meio às 25 perguntas feitas a Cid, Villardi pediu autorização a Moraes para colocar "um áudio aqui do telefone dele que está nos autos". 

Na conversa com um general -- provavelmente o comandante do Exército, Freire Gomes --, Cid sinaliza que Bolsonaro parecia desistir da tentativa de golpe, mas era incitado por aliados a levar a intentona adiante, citando o "artigo 142" da Constituição, que no delírio bolsonarista daria aval para uma intervenção militar no país.

"Ô, general, bom dia. Ontem o presidente, eu senti que ele já praticamente, acho que desistiu de qualquer coisa, de qualquer ação mais contundente", diz Cid, relatando o medo de Bolsonaro de o governo Lula "botar os servidores tudo contra ele"

"Ontem o general Pazuello esteve com ele dando sugestões, ideias de como ele podia, de alguma forma, tocar o artigo 142, alguma coisa assim", segue Cid no áudio, dizendo que Bolsonaro "não deu bola para que o general Pazuello estava levando para ele".

Cid conta ainda que Bolsonaro teria deixado o então ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, "mais tranquilo" sobre o prazo para entregar o relatório em que ele pressionava para constar fraude nas urnas eletrônicas, mesmo com o documento dizendo o contrário.

O militar também cita conversas com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, sobre o "outro relatório", encomendado pela legenda ao Instituto Voto Livre (IVL), organização não governamental que deu subsídios para que o partido entrasse com ação contestando a eleição junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em seguida, fala de conversas com empresários, entre eles Luciano Hang; "o dono do Coco Bambu", Afrânio Barreira e Joseph Meyer Nigri, da Tecnisa, que chegaram a ser investigados por financiar os atos golpistas. Ele também faz referência à Centauro, varejista de materiais esportivos, de propriedade de Sebastião Bonfim.

"Na conversa que ele teve depois com os empresários, estava o Hang, estava aquele cara da Centauro, estava o Meyer Nigri, o cara do Coco Bambu também. O que falou, que o governo Lula vai cair de podre. Pessoal ficou um pouco de moral baixa porque os empresários estavam querendo pressionar o presidente, pressionar o MD [Ministério da Defesa] a fazer um relatório contundente, duro, para virar jogo, aqueles negócios", diz sobre a pressão dos empresários para a intentona golpista.

Diante do tropeço do advogado de Bolsonaro, Moraes dá uma indireta, perguntando a Villardi se ele iria "pedir aditamento da denúncia", sinalizando que poderia pedir o indiciamento dos nomes citados.

"Não", responde Villardi, meio sem graça. "Aditamento da denúncia em relação aos empresários e ao Pazuello?", rebate o ministro.

"Não, não, presidente, é que... Não, fiquei na dúvida. É que, na verdade, os empresários que foram aqui mencionados, eu não vi entrada no Palácio, por isso eu perguntei. E ele está falando de uma reunião. Então, eu queria saber se ele estava mentindo para contar uma história para um interlocutor, se é verdade", diz Villardi tentando sair pela tangente.

Assista

PUBLICIDADE