Pesquisa destaca força do artesanato como identidade cultural do Maranhão

Dados de produção artesanal de diversos polos turísticos do Maranhão foram reunidos em uma pesquisa desenvolvida pelo Observatório do Turismo do Maranhão (Obstur-MA), com o bjetivo de um retrato detalhado da diversidade, das técnicas, das matérias-primas e dos perfis dos artesãos maranhenses.

O levantamento aponta que até dezembro de 2024 foram registrados mais de 2.600 cadastros ativos de artesãos, distribuídos por polos como São Luís; Lençóis e Delta; Chapada das Mesas; Munim; Floresta dos Guarás; Serras Guajajara, Timbira e Kanela; Amazônia Maranhense; Cocais e Lagos e Campos Floridos. A maior concentração de registros está nos polos São Luís e Lençóis e Delta, responsáveis por expressiva parte do artesanato produzido.

A análise dos dados revela, por exemplo, que a maioria das produções é tradicional, sendo acima de 50% em vários polos, com destaque para tipologias como crochê, trançado, tecelagem e montagem de acessórios. Entre as matérias-primas mais utilizadas estão o fio e tecido, o barbante, a linha de algodão e fibras naturais como a do buriti. Além disso, chama atenção a participação feminina em diversos polos, chegando a 100% dos registros em polos como Amazônia Maranhense e Floresta dos Guarás.

Uma das casas onde é possível encontrar o melhor do artesanato maranhense, especialmente em São Luís e outras regiões do estado, é o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama). Localizado na Rua São Pantaleão, nº 1332, no bairro Madre Deus, o espaço funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 13h. O Ceprama é referência na divulgação e comercialização dos trabalhos dos artesãos cadastrados, conectando a produção local aos visitantes e ao mercado consumidor.

Segundo Liliane Castro, coordenadora do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) no Maranhão, os dados levantados irão subsidiar diversas políticas públicas. “Agora, temos um panorama real das nossas tipologias, das matérias-primas, das técnicas utilizadas e da distribuição regional do artesanato. Isso nos permite direcionar melhor investimentos em capacitação, feiras, certificação de produtos e ações de promoção nacional e internacional”, detalha.

A pesquisa utilizou dados extraídos do Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB), com filtros que envolveram principais produtos, técnicas, matérias-primas e a classificação das produções. O recorte temporal compreendeu o ano de 2024 e a divisão territorial seguiu o Mapa do Turismo Brasileiro. Todo o processo de tabulação e análise foi feito pelo Observatório do Turismo do Maranhão.

Para o coordenador do Obstur-MA, Igor Almeida, o mapeamento é um divisor de águas. “Pela primeira vez conseguimos reunir informações sistematizadas sobre quem são, onde estão e o que produzem os nossos artesãos. Isso é fundamental para planejar ações de fomento mais assertivas e fortalecer o artesanato como elemento da nossa identidade cultural e turística”, explica.

Além de possibilitar o fortalecimento do Programa do Artesanato Brasileiro no estado, o mapeamento também amplia as possibilidades de parcerias, geração de renda e preservação dos saberes tradicionais. Com esse retrato em mãos, o Maranhão se posiciona com mais força para consolidar o artesanato como um dos principais atrativos turísticos e culturais do Brasil.

A pesquisa foi realizada em todos os 11 polos turísticos do Maranhão, conforme o documento “Mapeamento do Artesanato 2024” do Observatório do Turismo do Maranhão. Esses polos incluem o Polo São Luís, Polo Lençóis Maranhenses, Polo Delta das Américas, Polo Chapada das Mesas, Polo Floresta dos Guarás, Polo Cocais, Polo Lagos e Campos Floridos, Polo Munim, Polo Amazônia Maranhense, Polo Serras Guajajara, Timbira e Kanela, e o Polo Sertões. Cada um desses polos possui características únicas e contribui de forma significativa para o artesanato e a cultura da região.