Progressista: Veja o que Leão XIV pensa sobre os principais temas
Novo Papa, que é progressista como Francisco, se manifestou antes da eleição sobre pena de morte, política, racismo, gays, meio ambiente, mulheres na igreja e imigrantes
O mundo respirou aliviado com a decisão tomada no conclave encerrado nesta quinta-feira (8). A eleição de um pontífice identificado com causas sociais e próximo ao legado de Francisco afastou o temor de um retrocesso conservador no Vaticano. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, agora Leão XIV, foi escolhido como o novo líder da Igreja Católica.
Prevost é o primeiro papa nascido nos Estados Unidos e o primeiro oriundo de um país de maioria protestante. Sua trajetória inclui décadas de trabalho missionário na América Latina, em especial com comunidades pobres. A continuidade com os valores de Francisco é explícita: ao assumir o papado, Leão XIV fez questão de homenagear seu antecessor, falar em espanhol e rezar pela paz.
A seguir, veja os posicionamentos já expressos pelo novo papa sobre temas centrais da agenda contemporânea:
Pena de morte
Durante uma entrevista concedida ao jornal La República, no Peru, em abril de 2022, Leão XIV classificou a pena capital como “inadmissível”. Declarou que a Igreja deve se manter intransigentemente “a favor da vida, em todo momento”, deixando claro que a doutrina católica não pode mais aceitar execuções como compatíveis com a fé.
Política
O novo papa já manifestou divergências públicas com o atual vice-presidente dos EUA, JD Vance. Em uma publicação na rede X, ele reagiu a uma fala do político que hierarquizava o amor cristão, afirmando: “Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros”. A crítica foi direcionada a uma entrevista em que Vance afirmava amar primeiro a família, depois os concidadãos, e só então o restante da humanidade. Ele também já se posicionou contra Trump e contra o falecido ditador peruano Alberto Fujimori.
Racismo
No auge dos protestos que se seguiram ao assassinato de George Floyd por um policial nos EUA, Prevost utilizou as redes sociais para condenar o racismo estrutural e endossar a necessidade de enfrentamento das injustiças raciais. Seu discurso se alinhou a valores de igualdade e solidariedade entre os povos.
Gays
Sobre a bênção a casais do mesmo sexo, Leão XIV adotou uma posição prudente. Em outubro de 2024, defendeu que as conferências episcopais nacionais tenham autonomia para tratar do tema de acordo com suas realidades culturais. Sem uma resposta definitiva, sinalizou abertura para o debate e descentralização das decisões.
Meio ambiente
Em pronunciamento registrado pela imprensa do Vaticano, Leão XIV criticou a forma como a humanidade tem exercido domínio sobre a natureza. Destacou que esse papel, confiado por Deus, não deve ser tirânico, mas sim pautado por uma “relação de reciprocidade”. Disse ainda que é hora de superar o discurso e adotar medidas concretas diante da crise ecológica global.
Ordenação de mulheres
Durante o Sínodo realizado em 2023, o então cardeal Prevost se manifestou contra a ordenação feminina. Argumentou que “clericalizar as mulheres” não resolveria os problemas da Igreja, podendo inclusive gerar novas distorções. Citou que essa percepção foi compartilhada por mulheres presentes na assembleia e reiterou a importância de discutir a participação das mulheres sem reduzi-la à questão clerical.
Imigrantes
Em mais de uma ocasião, Leão XIV expressou repúdio às políticas de deportação adotadas pelo governo Trump. Em sua última postagem antes da eleição, compartilhou uma crítica à deportação de um cidadão salvadorenho, afirmando que o episódio foi conduzido de forma ilícita. Também reprovou a exclusão de refugiados sírios, reproduzindo a mensagem de um padre que denunciava a imoralidade de rejeitar os mais vulneráveis. “Jesus chora”, dizia o texto que ele fez questão de divulgar.
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