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Reginaldo Pinho

Professor, Pesquisador, Advogado, Jornalista, Especialista em História, Direito Constitucional e Mestre em Ciência Política.

Mais sinos noticiosos badalando em Caxias.

Quanto mais sinos, melhor! (Monsenhor Mendes. In memoriam).
Reginaldo Pinho
02/01/2025 16:47 - Atualizado 12/01/2025 09:25
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Uma nova fonte de notícias e informações, no atual contexto fragmentado e confuso de fontes (confiáveis ou não), é um desafio que gera uma expectativa positiva, especialmente quando nasce com objetivos bem determinados.
Assim, chega até nós o Portal Leste News, que em sua apresentação se compromete com “... a veiculação de notícias verídicas, embasadas em fontes oficiais e com rigoroso apuro na qualidade dos fatos e na busca por reportagens exclusivas...”.

Em 2025 temos a materialização do sonho de muitos entusiastas da comunicação (incluindo este humilde escriba): a facilidade de ter acesso ao conhecimento do que é notícia, principalmente aquelas mais ligadas à nossa realidade local e regional, com uma velocidade e uma riqueza de detalhes nunca antes vistas. Essa agilidade e variedade de informações são possíveis graças ao advento da internet e ao empenho de alguns que apuram, levantam, confirmam e noticiam com responsabilidade. Contudo, há também aqueles que disputam likes e número de acessos às suas redes sociais, assim como muitos que compartilham por um ato involuntário de disseminar os fatos que julgam relevantes.

A facilidade e a rapidez do compartilhamento são uma dádiva do momento, mas têm sido também o grande desafio destes tempos líquidos, como aborda o sociólogo Zygmunt Bauman. As possibilidades exaltadas por uma sociedade em redes, descrita por autores como Manuel Castells, esbarram agora em dilemas morais, éticos e jurídicos, convidando-nos a refletir sobre essas preocupações.

Será que estamos utilizando todo o potencial positivo dessa facilidade de fazer comunicação?


A imprensa, que já foi considerada um quarto poder — além dos idealizados por Montesquieu (Executivo, Legislativo e Judiciário) —, teve parte desse poder capturada pelo poder político e econômico. Ter um veículo de imprensa em qualquer uma de suas formas (escrita, televisiva, etc.) era um privilégio de poucos, como constata o pesquisador Pedrinho Guaresch. Essa reflexão também é reforçada por escritores locais, como meu colega de letras e lutas Julimar Silva. A revolução nas ondas do rádio, através das rádios comunitárias na década de 1990, como cita meu grande mestre Ed Wilson Araújo, modificou em parte este cenário e com a popularização da internet, toda uma ressignificação foi novamente implantada.

Para onde vamos com tudo isso? Não cabe aqui discutir de maneira mais profunda, dada a limitação de espaço desta coluna semanal. No entanto, dentro da dinâmica do que se espera de um novo empreendimento comunicacional noticioso, como o recém-lançado Portal Leste News, vislumbra-se a possibilidade de “mais um sino tocando”, como dizia o saudoso Monsenhor José Mendes Filho. Esse portal pode se consolidar como uma fonte que sirva de contraponto aos meios oficiais e seja pedagógico ao exemplificar o bem fazer jornalismo, com aquela velha receita — aparentemente esquecida ou relegada por muitos — de levantar o quê, onde, quando, como e com quem, sempre com ética e responsabilidade.

O ambiente democrático e a vivência saudável das liberdades individuais e coletivas só são possíveis com a pluralidade de fontes e opiniões, além do bem fazer jornalístico.

Seja bem-vindo, Portal Leste News!