Cidades ligadas por ponte que caiu entre MA e TO receberam R$ 35,6 milhões em emendas
O Congresso Nacional enviou um total de R$ 35,6 milhões em emendas parlamentares para as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ligadas pela ponte Juscelino Kubitschek, que caiu no último dia 22 e deixou 17 mortos. A verba foi repassada às cidades desde 2022, mas parlamentares nunca indicaram os valores para manutenção da construção.
Segundo o Estadão, Estreito recebeu R$ 29,8 milhões e Aguiarnópolis, R$ 5,7 milhões. A maior parte dos repasses, R$ 26,1 milhões (74%), foi destinada para custeio da saúde.
Os recursos foram usados para finalidades como 11 shows em Aguiarnópolis, que pagou R$ 1,2 milhão para artistas como Igor Cunha, Kevin Baetz, Nadson O Ferinha e os evangélicos Davi Sacer, Valesca Mayssa e Marquinhos Gomes.
O deputado federal Lázaro Botelho (PP), por exemplo, enviou R$ 1 milhão para instalação de iluminações em LED nas ruas, enquanto a senadora Professora Dorinha Seabra (União) destinou R$ 500 mil para pavimentação de ruas e calçadas.
Estreito, que tem 34 mil habitantes, recebeu diversas emendas nos últimos anos, mas nenhuma para manutenção da ponte. O deputado federal Marreca Filho (PRD-MA) enviou neste ano R$ 700 mil para contratar uma empreiteira e reformar um espaço de lazer.
Em 2021, senadores custearam a pavimentação da Avenida Santos Dumont (R$ 3,3 milhões) e a construção de um abatedouro (R$ 2,1 milhões).
A ponte Juscelino Kubitschek tem 533 metros de extensão e começou a ser construída em 1958. A última vez que passou por reparos foi entre os anos 1998 e 2000, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).
O governo federal chegou a repassar R$ 3,6 milhões para a Matera Engenharia para cuidar da ponte, mas a manutenção não foi feita e a empresa foi punida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério dos Transportes.
Governo deu R$ 3,6 milhões para empresa reformar ponte antes de queda
milhões para a empresa que deveria ter cuidado da ponte Juscelino Kubitschek, que desabou no último domingo (22), entre Maranhão e Tocantins. O acidente deixou oito mortos e nove desaparecidos.
Segundo a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, a Matera Engenharia foi contratada pelo valor para a manutenção da ponte e acabou sendo alvo de uma punição imposta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério dos Transportes, por irregularidades em contratos.
A empresa está proibida de celebrar contratos com a União desde novembro e a sanção dura até janeiro de 2025. A punição foi imposta por conta de um contrato de R$ 4,4 milhões firmado em 2021 que previa a manutenção de rodovias federais, entre elas a BR-226, que cruza a ponte Juscelino Kubitschek.
O contrato específico para a manutenção da ponte foi firmado em 2021 e, segundo o Ministério dos Transportes, o valor foi destinado para limpeza e substituição de juntas de dilatação, muro de arrimo em pedra, recomposição de erosão, injeção de fissuras em estruturas de concreto e recomposição de dreno.
No total, a Matera Engenharia tem R$ 276 milhões em contratos firmados com o governo federal e já recebeu R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares. O acordo para cuidar da estrutura ocorreu no âmbito do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte), que trata de grandes obras, como túneis, viadutos, passarelas, estruturas de contenção e pontes.
Após o acidente, o ministro do Transporte, Renan Filho, anunciou que o governo vai destinar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões para a reconstrução da ponte. A expectativa é que a obra seja concluída em 2025.
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