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Morre o Papa Francisco, o 1º pontífice latino-americano aos 88 anos

Pontífice argentino, primeiro latino-americano e jesuíta a liderar a Igreja Católica, enfrentava problemas de saúde recentes e deixa legado de reformas e foco nos pobres.
- Fonte: Da Redação 21/04/2025 06:53 - Atualizado 28/04/2025 08:10
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O Papa Francisco, líder da Igreja Católica e uma figura global reconhecida por sua defesa dos pobres e por buscar reformas na milenar instituição, morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos. A notícia foi confirmada pelo Vaticano na manhã de hoje, 21 de abril.

O anúncio oficial da morte do pontífice, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, responsável por administrar a Santa Sé durante o período de vacância papal.

"Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco", declarou Farrell em um comunicado. "Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados."

O cardeal concluiu a declaração expressando gratidão pelo exemplo do Papa Francisco e recomendando sua alma "ao infinito amor misericordioso do Deus Trino".

Histórico Recente de Saúde

Francisco enfrentava um quadro delicado de saúde nas últimas semanas. Ele havia sido hospitalizado em 14 de fevereiro com bronquite e, posteriormente, desenvolveu uma infecção polimicrobiana complexa, seguida por pneumonia nos dois pulmões.

Durante a internação, o pontífice apresentou diferentes quadros, com pioras e melhoras alternadas. Ele sofreu uma "crise respiratória prolongada semelhante à asma", precisou de transfusões de sangue devido à baixa contagem de plaquetas e chegou a estar em "estado crítico", apresentando insuficiência renal inicial leve.

Apesar de ter gravado um áudio agradecendo as orações e de o Vaticano ter relatado períodos de estabilidade, o prognóstico médico havia sido classificado como "reservado", indicando que sua condição ainda inspirava cuidados. Os episódios respiratórios exigiram o uso de ventilação mecânica não invasiva.

O Papa que Veio da América Latina

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos. Antes de seguir a vida religiosa, formou-se técnico químico. Ingressou no seminário e, em 1958, no noviciado da Companhia de Jesus, os jesuítas. Foi ordenado sacerdote em 1969.

Ascendeu na hierarquia eclesiástica argentina, tornando-se arcebispo de Buenos Aires em 1997 e cardeal em 2001. Era conhecido por seu estilo de vida simples, pouca ostentação e dedicação a seus seguidores.

Ele assumiu o comando da Santa Sé em março de 2013, após a histórica renúncia de seu predecessor, Bento XVI. A escolha de Bergoglio marcou um momento único na história da Igreja Católica, pois ele se tornou o primeiro papa vindo da América Latina e o primeiro membro da ordem jesuíta a ocupar o Trono de Pedro. Foi o 266º pontífice e liderou a Igreja por cerca de 12 anos.

Legado e Desafios do Pontificado

Ao escolher o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, padroeiro dos pobres, o pontífice sinalizou o foco de seu papado. Sua liderança foi marcada pela busca por uma Igreja mais acolhedora, misericordiosa e próxima dos necessitados.

Francisco promoveu reformas na Cúria Romana, visando maior transparência e eficiência, especialmente na área financeira. Ele também abordou temas considerados delicados para a Igreja em tempos modernos, como os direitos LGBTQIA+ e a posição das mulheres. Foi elogiado por permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo e por aumentar a participação de mulheres em cargos de decisão e votação no Vaticano, embora mantivesse a posição tradicional da Igreja sobre o sacerdócio feminino.

O pontífice não hesitou em fazer discursos políticos, criticando líderes em contextos de guerra e a forma como a crise de refugiados foi tratada na Europa. Sua imagem rezando sozinho na Praça de São Pedro, em meio à pandemia de Covid-19, tornou-se um símbolo global.

Apesar de seu forte consenso entre muitos fiéis e até não-crentes, Francisco enfrentou resistência de setores ultraconservadores da Igreja, que discordavam de suas abordagens mais pastorais e abertas.

Histórico de Saúde Mais Amplo

Além dos problemas recentes, o histórico de saúde do Papa Francisco incluía a remoção parcial de um pulmão na juventude devido à pleurisia. Em 2021, passou por cirurgia no cólon para tratar diverticulite. Em 2023, foi hospitalizado duas vezes: para tratar bronquite e, meses depois, para uma cirurgia abdominal. Nos últimos anos, usava cadeira de rodas ou bengala devido a dores crônicas no joelho e nas costas.

Até a publicação desta reportagem, o Vaticano não havia detalhado os planos para o funeral do Papa Francisco. A Igreja Católica agora iniciará o processo para a realização de um conclave, onde os cardeais elegerão o próximo pontífice.

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