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Terrorismo: Revoltado com julgamento de Bolsonaro, homem joga caminhão em posto da PRF no DF

Caminhoneiro invade base da PRF no DF e alega protesto contra julgamento de Bolsonaro
- Fonte: Da Redação 27/03/2025 11:13 - Atualizado 16/04/2025 08:56
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Um homem foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (26) após jogar seu caminhão intencionalmente contra a base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) localizada na BR-060, em Recanto das Emas, no Distrito Federal. A ação ocorreu horas antes do Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao ser abordado pelos policiais, o motorista, identificado como Marcio Pinheiro Saldanha, confessou que o ataque à estrutura da PRF foi motivado por sua insatisfação com o que ele considera uma "tentativa de prender" o ex-presidente Bolsonaro.

O incidente ganhou repercussão e foi compartilhado nas redes sociais. A PRF informou que o caminhoneiro admitiu ter avançado contra a base policial por razões políticas. O teste do etilômetro realizado no local apontou um resultado de 0,95 mg/L de álcool por litro de ar alveolar, quase três vezes acima do limite que configura crime de trânsito.

De acordo com a corporação, o caminhão, que retornava para São Paulo após uma entrega em Brasília, trafegava em alta velocidade quando colidiu contra barreiras plásticas de sinalização, ultrapassou o bloqueio policial e avançou pelo acostamento. O veículo ainda passou sobre um quebra-molas e atingiu viaturas estacionadas na área externa da base. Apesar da violência do impacto, não houve feridos.

Além da embriaguez ao volante, Saldanha foi preso em flagrante por corrupção ativa, após tentar subornar os policiais, oferecendo dinheiro para ser liberado. Ele também está sob investigação por possível crime de terrorismo. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar se o motorista agiu sozinho ou com o apoio de outras pessoas.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se manifestou sobre o caso durante um evento em Brasília, afirmando que a investigação busca determinar se o motorista agiu isoladamente. "Na medida em que uma carreta se joga contra um posto da Polícia Rodoviária Federal, e só não pode atingi-lo porque havia obstáculos na frente, e o autor deste fato disse que praticou um ato terrorista, insurgindo-se contra o julgamento que está sendo realizado no Supremo Tribunal Federal, é um fato que preocupa mesmo as autoridades", declarou o ministro.

O caso levanta preocupações sobre a radicalização política e o potencial impacto de discursos inflamados na sociedade. A ação do caminhoneiro ocorreu no mesmo dia em que a Primeira Turma do STF tornou Bolsonaro e aliados réus por integrarem uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

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