Eduardo Bolsonaro confirma fuga aos EUA, se licencia do mandato de deputado e ameaça Moraes
Filho do ex-presidente abdica do mandato parlamentar para ficar nos EUA e reafirma conspiração para aplicar sanções contra o Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou, em vídeo divulgado nesta terça-feira (18), que fugiu do Brasil e não volta mais. Desde janeiro, quando Donald Trump tomou posse para seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos, o filho de Jair Bolsonaro viajou três vezes ao país e permanece lá para articular sanções contra o Brasil.
Eduardo também anunciou que se licenciará do mandato de deputado para permanecer nos EUA e seguir conspirando contra seu próprio país. O extremista é alvo de uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) que solicita a apreensão de seu passaporte por conspiração contra o governo e o Judiciário brasileiro.
O filho de Jair Bolsonaro tem se aliado a parlamentares da extrema direita estadunidense para pressionar o governo dos EUA a impor retaliações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a tentativa de golpe, e até mesmo sanções contra o Brasil.
O objetivo é claro: constranger Moraes e o governo Lula com o respaldo dos EUA, tentando influenciar o curso da investigação sobre a tentativa de golpe. A intenção final é livrar Jair Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo politicamente para um eventual retorno ao Palácio do Planalto. Além disso, Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o Brasil como forma de enfraquecer a gestão de Lula e pavimentar o caminho para que seu pai volte ao poder.
O extremista ainda fez ameaças explícitas ao ministro Alexandre de Moraes:
Rogério Correia reage: "Eduardo está preparando a fuga de Jair Bolsonaro"
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18) para solicitar medidas que impeçam uma possível fuga de Jair Bolsonaro. A iniciativa ocorre após a confirmação de que Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e seguirá no país articulando ações contra o Brasil.
Correia afirmou à Fórum, com exclusividade, que enviará ao STF a mesma representação que protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR), alertando para a necessidade de monitoramento do ex-presidente. "Ele está então preparando a fuga do pai. Eu vou mandar aquela representação que eu fiz para a PGR, vou mandar agora também para o Supremo, para o ministro Alexandre de Moraes, para tomar cuidado com a fuga do Jair Bolsonaro e tomar as medidas, colocar tornozeleira eletrônica, não permitir que saia de Brasília no centro de decisão judicial e não se aproximar da embaixada", declarou.
A preocupação de Rogério Correia ocorre em meio à movimentação de Eduardo Bolsonaro nos EUA, onde ele anunciou sua licença do cargo de deputado para se dedicar integralmente a pressionar o governo norte-americano a adotar sanções contra o Brasil e contra o ministro Alexandre de Moraes. O filho do ex-presidente já se reuniu com parlamentares trumpistas e defende que Washington intervenha na crise política brasileira.
Entenda
No final de fevereiro, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à PGR solicitando uma investigação contra Eduardo Bolsonaro. No documento, ele pede que o Ministério Público Federal adote providências contra o deputado do PL e avalie a apreensão de seu passaporte, impedindo-o de continuar viajando aos EUA para conspirar contra o Brasil.
Correia argumenta que Eduardo Bolsonaro "patrocina, em Estado estrangeiro, retaliações contra o País e também contra um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal", além de buscar "causar embaraço à investigação em curso no STF".
A representação cita uma reportagem da Fórum revelando que Eduardo Bolsonaro já esteve nos EUA ao menos três vezes desde a posse de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025, articulando com deputados republicanos a aprovação de um projeto de lei para impedir a entrada de Alexandre de Moraes no país. O documento foi aprovado em um Comitê da Câmara dos EUA e segue agora para votação no plenário da Casa Legislativa americana.
Correia argumenta que a conduta do filho de Bolsonaro pode ser enquadrada como crime contra o interesse nacional e cita os artigos 2º da Lei 12.850/2013, que trata de organização criminosa, e o artigo 344 do Código Penal, que pune a coação no curso do processo.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Mais lidas

Últimas Notícias