MT: Mulher que matou adolescente para roubar bebê já buscava grávidas antes, aponta investigação 

Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessou à Polícia Civil o assassinato de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, grávida de nove meses, com o objetivo de roubar o bebê. O crime hediondo chocou a população de Cuiabá e revelou uma trama macabra que envolveu a busca por gestantes vulneráveis na internet.

Em depoimento gravado, Nataly revelou que conheceu Emilly em um grupo de gestantes e a atraiu com a promessa de doar roupas de bebê. A assassina, que havia sofrido dois abortos espontâneos, confessou que manteve uma falsa gravidez para a família, buscando desesperadamente um bebê para criar.

"Minha barriga cresceu, meus seios tinham leite, mas fiz o exame e não estava grávida", declarou Nataly, revelando a obsessão que a levou a cometer o crime. A investigação aponta que ela buscava gestantes em situação vulnerável, oferecendo ajuda e presentes para ganhar sua confiança.

Nataly usou um mata-leão para desmaiar Emilly e, em seguida, a estrangulou com um fio. A perícia revelou que a adolescente estava viva quando teve o abdômen aberto para a retirada do bebê, e a causa da morte foi choque hemorrágico.

A crueldade do crime chocou os peritos. "O corte foi muito preciso e ela não hesitou, inclusive preservando camadas. Foi certeira no útero", explicou a Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano. Nas redes sociais, Nataly se apresentava como bombeira civil e socorrista, o que levanta questionamentos sobre seu conhecimento técnico.

As investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) revelaram que Nataly procurava gestantes nas redes sociais, oferecendo-se para "adotar" os bebês. Áudios obtidos pela TV Centro América mostram a assassina tentando convencer outras gestantes a entregar seus filhos, alegando que a criança seria para uma amiga.

"Queria ver com você, se não conhece alguém gestante e que não pode cuidar do neném e queira doar. Eu estou gestante! Mas, tem uma moça do meu trabalho que está querendo adotar porque ela não pode ter filho. Ela quer levar a pessoa no médico, fazer todo o acompanhamento", diz Nataly em um dos áudios.

Nataly foi presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. A polícia investiga se ela agiu sozinha e se outros crimes semelhantes foram cometidos. Os outros três filhos de Nataly passarão por exames de DNA para confirmar a filiação.

Emilly desapareceu na terça-feira (12), após sair de casa para buscar doações de roupas na casa de Nataly. O corpo da adolescente foi encontrado em uma cova rasa, com sinais de enforcamento e cortes no abdômen.

O bebê de Emilly foi resgatado no Hospital Santa Helena, onde Nataly tentou registrá-lo como seu filho. A equipe médica desconfiou da história e acionou a polícia.

A investigação continua em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime e identificar possíveis cúmplices. A tragédia expôs a vulnerabilidade de gestantes nas redes sociais e a necessidade de medidas para proteger essas mulheres.