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Govenro Lula: Real lidera valorização global e dólar cai para R$ 5,9

Moeda brasileira lidera valorização entre emergentes, impulsionada por fatores internos e externos.
- Fonte: Da Redação 22/01/2025 19:05 - Atualizado 19/04/2025 00:46
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O real demonstrou força no mercado cambial, liderando a valorização entre as moedas emergentes e derrubando o dólar para R$ 5,94 na sessão desta quarta-feira (22). O dólar comercial encerrou o dia com uma forte queda de 1,40%, cotado a R$ 5,9455, atingindo o menor patamar desde 27 de novembro de 2024, quando fechou a R$ 5,9124. Durante o dia, a moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,9154 e a máxima de R$ 6,0201. O euro também acompanhou a tendência de desvalorização, recuando 1,38%, para R$ 6,1949.

Segundo operadores do mercado, o movimento de valorização do real foi impulsionado por um "alívio global", com destaque para os mercados da América Latina. "O câmbio brasileiro se destacou entre todas as 33 moedas mais líquidas", comentou um operador ao Valor.

Fatores internos também contribuíram para o bom desempenho da moeda brasileira. Uallace Moreira, Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, apontou a queda de 73% no déficit primário entre 2023 e 2024 como um possível fator relevante para a valorização do real neste início de ano.

No cenário externo, a sinalização de que o presidente dos Estados Unidos aplicará tarifas menores à China do que o inicialmente esperado pelo mercado exerceu forte influência na queda do dólar. Operadores também destacaram que o rompimento do patamar de R$ 6,00 gerou um movimento técnico favorável ao real. "Não sabemos o que virá do presidente americano, mas o mercado foi preparado para algo imediato, e agora tudo parece ser tática de negociação", afirmou uma operadora.

Ainda no contexto internacional, o desmonte de posições de hedge realizadas antes da posse do novo presidente americano também foi apontado como um fator contribuinte. "Como até agora não houve nada muito impactante e relevante das falas dele, o mercado pode estar desfazendo esse hedge", disse um operador de tesouraria de um grande banco.

Luis Garcia, diretor de investimentos da SulAmérica Investimentos, observou que a redução da volatilidade no câmbio, promovida pelo Banco Central no final do ano passado, também favoreceu o real. "Com a redução da volatilidade e o aumento da taxa de juros, o real se tornou mais atrativo para investidores que buscam retorno ajustado ao risco", explicou.

Apesar do saldo negativo no fluxo cambial – com saída de US$ 3,8 bilhões no acumulado do ano, segundo dados do Banco Central –, o real apresentou o melhor desempenho entre as moedas emergentes, seguido pelos pesos chileno, colombiano e mexicano.

Especialistas indicam que, com menor ruído externo e uma agenda econômica ainda moderada no Brasil, o câmbio pode continuar apresentando oscilações positivas no curto prazo. No entanto, a continuidade dessa valorização dependerá de fatores externos e do comportamento do fluxo de capitais nos próximos meses. A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,92, menor valor desde que ultrapassou a marca de R$ 6 em novembro do ano passado. A forte queda vem após uma série de recuos desde 3 de janeiro, quando a moeda atingiu um pico de R$ 6,18, movimento diretamente ligado à posse do novo presidente dos Estados Unidos.

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