Retaliação: principais frigoríficos do Brasil deixam de vender carne ao Carrefour
Rede Carrefour perde seus principais fornecedores de carne após boicote Foto: Thinkstock |
Após a declaração do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a rede deixará de adquirir carne do Brasil, os principais frigoríficos brasileiros decidiram suspender o fornecimento de carne ao grupo no país, que também administra a rede Atacadão.
Segundo fontes, empresas como JBS (dona da marca Friboi), Marfrig e Masterboi já começaram a interromper o fornecimento ao Carrefour entre quinta e sexta-feira passadas. Questionadas sobre o assunto, as companhias não se manifestaram.
Posicionamento do setor agropecuárioEm um comunicado conjunto, associações como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entre outras, criticaram a declaração de Bompard. Segundo o texto, se o executivo acredita que o Mercosul não está à altura do mercado francês, o bloco também não é adequado para abastecer o Carrefour em nenhum outro país.
As entidades reforçaram o compromisso do setor com práticas responsáveis, sustentáveis e voltadas à segurança alimentar. Elas também destacaram que o Mercosul é líder global na exportação de carne bovina e de frango, ressaltando que décadas foram necessárias para construir sua reputação internacional como fornecedor confiável, especialmente durante a pandemia.
Procurado, o Carrefour Brasil afirmou que não há risco de desabastecimento em suas lojas no país.
Entenda o contexto da crise
O impasse está relacionado a um possível acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que pode ser concluído até o final do ano. Agricultores franceses têm protestado contra o pacto, temendo a concorrência de produtos agrícolas do Brasil e da Argentina.
Durante o G20, no Rio de Janeiro, o presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou sua oposição ao acordo, argumentando que o país não está isolado em sua posição. Ele é considerado o principal obstáculo ao avanço das negociações, e a Itália também demonstrou apoio à postura francesa.
Apesar disso, a Comissão Europeia, com suporte de países como Alemanha e Espanha, defende a aprovação do tratado ainda este ano. Caso a Comissão leve o acordo adiante sem o aval da França, Macron precisará formar uma minoria de bloqueio, composta por pelo menos quatro dos 27 países da UE e que represente menos de 65% da população do bloco, para impedir a aprovação.
Fonte: DCM
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