Feliz 2025, Caxias!
Com o fim dos festejos, iniciados ainda no ano passado, é hora de trabalhar – ou preparar a cidade para a próxima festa!
Há uma crença ou ditado popular de que o brasileiro só inicia o ano após o carnaval. É que, somadas recessos e festas de dezembro como o Natal e réveillon, além das férias para alguns que se estendem até o mês de janeiro, tem-se pouco depois o carnaval. Logo, são semanas de motivos para se festejar até que tudo se encerre na Quarta-Feira de Cinzas. Ai sim o brasileiro começaria a planejar, programar e trabalhar com seriedade.
Claro que não é bem assim, pois a vida do trabalhador brasileiro não é fácil com tanta conta para pagar no início do ano. Mas é fato de que esse mantra popular acaba por criar uma espécie de relaxamento mental fazendo com que muitas pessoas de fato adiem decisões importantes a se fazer no início do ano. “Ainda tá cedo”, “agora que está começando o ano”, “vamos aguardar todos voltarem” são frases bem comuns que confortam alguns a adiarem seus azeres.
Mas e se isso acontecer também com o Poder Público? Bom, pois é isso mesmo que acontece. Mas não é uma procrastinação do serviço público e sim manter o cidadão em uma espécie de “hiperatividade festiva”, fazendo com que fique em estado constante de felicidade, esquecendo sua realidade em volta.
Muitos urbanistas, críticos ao atual modus operandi do planejamento urbano brasileiro, defendem que os governantes são incapazes de encararem com seriedade os problemas das cidades. Dessa forma, para que a população não veja a incapacidade da gestão pública, criam estratégias para demonstrar que estão em constante atividade.
Devido ao alto custo de obras, burocracia e tempo, uma vez que planejamento a médio e longo prazo não são pautas, há uma solução mais em conta: eventos festivos.
O panem et circenses (pão e circo), é uma política antiga que ajudou na durabilidade do Império Romano mantendo as massas calma diante das dificuldades. Não é novidade e vem se renovando a cada geração. E cada vez se mostra mais eficiente do que nunca.
Aqui em Caxias, entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, fomos moldados para nos encantar com o Natal Iluminado. De uma ponta a outra, dentro e fora da cidade, estávamos enfeitados com muita pompa e luz. Uma estrutura de causar inveja em muitas cidades pelo Norte e Nordeste brasileiro. O ano de 2025 começou nesse embalo, com as luzes do Natal só sendo apagadas em janeiro. Mas nem deu tempo de descansar das festividades. Foi terminando as férias e começando o Pré-Carnaval. O caxiense, como bom brasileiro, já ficou no clima e na expectativa de mais um evento marcante na cidade, que culminou com o “melhor carnaval do Maranhão”. Há tempos não se via uma festa tão grande e animada, conforme foi divulgado. Mas calma, que mal veio a primeira fatura do cartão, que mais um grande evento da cidade chegou. Foi hora de Caxias se organizar, preparar e receber o Fogaréu, um dos maiores eventos religiosos do Maranhão. Saiu até na Rede Globo. Um orgulho, não?
De novembro de 2024 a abril de 2025, são cinco meses que ficamos totalmente imersivos em verdadeiros eventos de entretenimento massificado em TV’s, Portais, Instagram, etc. Tudo muito encantador.
Mas aparentemente chegou o momento de descansar de tanta festa e começar o batente, não?
Quando há um longo espaço de tempo até outro evento acontecer, ocorre um silencio que faz com que o cidadão perceba e reflita o seu redor. E se o seu entorno for desconfortável, desagradável, mal executado, ele reclama. E ai aparecem as consequências de um não planejamento urbano adequado na cidade.
Estamos nesse vácuo temporal e é hora de a administração demonstrar ao cidadão o planejamento de curto, médio e longo prazo para a cidade a fim de buscar soluções reais aos nossos problemas, afinal, começou 2025 em Caxias.
E que esse planejamento não seja organizar o grande São João do Maranhão, daqui há dois meses.
Feliz Ano Novo, Caxias!
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