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Morre Francisco Cuoco, Ícone da Teledramaturgia Brasileira, Aos 91 Anos

- Fonte: Da Redação 19/06/2025 20:52 - Atualizado 22/06/2025 00:12
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O Brasil perdeu um de seus maiores ícones da televisão. Morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, o renomado ator Francisco Cuoco. Conhecido por seus papéis como galã e por sua marcante presença em dezenas de telenovelas, o artista estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A família confirmou a notícia, informando que a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, decorrente de complicações relacionadas à idade avançada e a um ferimento que se infeccionou, segundo sua irmã, Grácia.

Cuoco estava hospitalizado há cerca de 20 dias e sedado desde então, conforme relatou sua irmã, com quem vivia. Recentemente, em uma entrevista, o ator havia revelado problemas de saúde, incluindo um peso de cerca de 130 quilos e ansiedade, necessitando de cuidadores para atividades diárias.

Trajetória de Seis Décadas: Do Brás ao Estrelato

Nascido em 29 de novembro de 1933, no tradicional bairro do Brás, em São Paulo, Francisco Cuoco, filho do vendedor italiano Leopoldo Cuoco e da dona de casa Antonieta, teve uma infância modesta. Sua paixão pela arte surgiu cedo, observando os circos que se armavam em frente à sua casa.

Embora tenha iniciado os estudos em Direito, a vocação para os palcos falou mais alto. Cuoco abandonou a faculdade para ingressar na Escola de Arte Dramática, e nos anos 1950, já integrava companhias de prestígio como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e o Teatro dos Sete, atuando ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto.

Sua estreia na televisão ocorreu em teleteatros na TV Tupi, em uma época de transmissões ao vivo. Rapidamente, migrou para as novelas, ganhando destaque em emissoras como Record e Excelsior, com atuações memoráveis em "Redenção" (1966) e "Legião dos Esquecidos" (1968).

A chegada à TV Globo em 1970 marcou a consolidação de sua carreira. Cuoco protagonizou sucessos que se tornaram marcos da teledramaturgia brasileira, como "Selva de Pedra" (1972), "O Semideus" (1973), "Pecado Capital" (1975), "O Astro" (1977) e "O Outro" (1987). Em muitos desses trabalhos, formou um dos pares românticos mais icônicos da televisão ao lado de Regina Duarte. Reconhecido por sua versatilidade, transitava com maestria entre o drama e o humor, sempre entregando personagens carismáticos e cativantes.

Além da televisão, Cuoco dedicou-se ao cinema e ao teatro, e até se aventurou na música, gravando dois discos, incluindo um álbum de orações. Nos anos 2000, fez participações especiais e papéis coadjuvantes em produções como "Passione" (2010), "Sol Nascente" (2016), "Segundo Sol" (2018) e "Salve-se Quem Puder" (2020), seu último trabalho na televisão em 2020 ("Juntos a Magia Acontece"). Em 2025, foi homenageado na série documental "Tributo", do Globoplay, que recontou sua notável trajetória.

Velório Aberto ao Público e Homenagens de Colegas

O velório de Francisco Cuoco será aberto ao público nesta sexta-feira (20), na Funeral Home. O sepultamento será restrito a familiares e amigos.

A notícia da morte de Cuoco gerou uma onda de homenagens e manifestações de carinho de colegas e admiradores nas redes sociais. O dramaturgo Walcyr Carrasco lamentou a perda de "um dos maiores artistas da televisão", que "inspirou gerações e emocionou o público brasileiro".

A atriz Elizabeth Savalla publicou uma foto ao lado do amigo, descrevendo-o como um "grande amigo e profissional", e expressando seu "profundo pesar aos filhos e amigos". Murilo Rosa o definiu como "fantástico", enquanto Marcelo Serrado relembrou a admiração que tinha por Cuoco no início de sua carreira, agradecendo "por tudo, pelo seu talento".

Emílio Orciollo Netto também prestou sua homenagem, publicando uma imagem com o veterano e escrevendo: "Todo o meu carinho e respeito ao grande artista Francisco Cuoco. Missão cumprida, grande amigo. Descanse em paz."

A apresentadora Ana Maria Braga destacou o legado do ator, afirmando que Cuoco "atravessou gerações sem perder o carisma". Fátima Bernardes relembrou os personagens icônicos de Cuoco, como os de "Selva de Pedra", "O Astro" e "Pecado Capital", e estendeu seu carinho à família e amigos.

A atriz e apresentadora Ana Furtado, que contracenou com Cuoco no remake de "Pecado Capital", ressaltou o impacto do ator em sua formação profissional: "Levarei para sempre o seu exemplo de humildade, profissionalismo e honestidade".

Francisco Cuoco deixa uma carreira indelével no teatro, cinema e, principalmente, na televisão, onde se consolidou como um dos maiores nomes da dramaturgia nacional, deixando um legado de personagens inesquecíveis e uma legião de fãs.

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