Mercado de Bonecas Sexuais Hiper-realistas Gera Polêmica e Debates no Brasil
Além dos “bebês reborn”: bonecas sexuais realistas podem custar até R$ 54,7 mil
Enquanto os populares "bebês reborn" continuam a gerar discussões no país, um segmento ainda mais polêmico do mercado de bonecas hiper-realistas, o dos "adultos reborn" – bonecas sexuais em tamanho real – vem ganhando destaque e suscitando debates sobre seus custos, personalização e, principalmente, as implicações sociais e legislativas.
Esses "brinquedos sexuais" podem alcançar cifras elevadas, chegando a custar US$ 9,6 mil (equivalente a R$ 54,7 mil na cotação atual). Empresas como a RealDoll oferecem um alto nível de personalização, permitindo aos clientes escolher desde o formato do rosto, medidas corporais e cor dos olhos, até o estilo da maquiagem, cabelos, partes íntimas, e até mesmo acessórios como piercings e tatuagens.
Do Lúdico ao Judiciário: Bonecas Geram Casos Inusitados
A popularização de bonecas hiper-realistas, sejam os "bebês reborn" ou as bonecas sexuais, tem extrapolado os limites do lúdico e gerado situações inusitadas no âmbito legal e social. A advogada Suzana Ferreira, por exemplo, relatou o caso de um casal que disputa judicialmente a guarda de uma bebê reborn e a administração de seu perfil nas redes sociais.
No campo da saúde pública, o prefeito de Chapecó (SC) chegou a afirmar que autorizará a internação compulsória de pessoas que buscarem atendimento médico para bonecos, evidenciando o dilema enfrentado pelas autoridades diante da crescente interação humana com esses objetos.
Religião e Saúde Mental: As Bonecas no Centro do Debate
A repercussão desses casos tem levado a manifestações de diversas esferas da sociedade. Instituições religiosas, por exemplo, têm se posicionado contra a inclusão de bonecos em ritos como batismos e crismas. O padre Chrystian Shankar, em tom bem-humorado, afirmou que não batizará "bebês reborn", recomendando que tais situações sejam encaminhadas a psicólogos, psiquiatras ou ao fabricante das bonecas.
No cenário legislativo brasileiro, o sucesso dos "bebês reborn" – que, por sua vez, abriu precedentes para a discussão dos "adultos reborn" – já resultou em propostas de lei. Algumas delas sugerem a oferta de assistência psicológica pelo SUS para indivíduos que desenvolvem vínculos com as bonecas, enquanto outras propõem a proibição do acesso desses bonecos ao sistema público de saúde.
A complexidade e os desdobramentos éticos e sociais envolvendo as bonecas hiper-realistas parecem estar apenas começando, levantando questões importantes sobre os limites da interação humana com a tecnologia e a forma como a sociedade se adapta a novas realidades.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Mais lidas

Últimas Notícias