Na Bolívia, PF prende Tuta, sucessor de Marcola no PCC
Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, considerado sucessor de Marcola no PCC, foi preso em ação conjunta da PF com as forças especiais da Bolívia em Santa Cruz de la Sierra.
Em ação conjunta com agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia, a Polícia Federal (PF) prendeu na tarde desta sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, que seria o sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na liderança do Primeiro Comando da Capital, o PCC, uma das principais facções criminosas do Brasil - que atua em diversos países, incluindo Estados Unidos e Portugal.
"Há indícios de que o preso tenha sido recentemente condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão. Além disso, ele possivelmente consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que motivou a intensificação dos esforços para sua localização e captura", diz a PF em comunicado divulgado neste sábado (16).
Tuta estava foragido e se apresentou como Maycon Gonçalves da Silva, nascido em 25/03/1971, na cidade boliviana para tentar renovar documentos de estrangeiro no país.
A polícia boliviana, então, acionou a PF, que desencadeou a ação conjunta, e efetuou a prisão por uso de documentos falsos no país vizinho.
"O indivíduo permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando a confirmação de sua identidade e os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão ou extradição ao Brasil", diz a PF.
Sucessor de Marcola
No Brasil, Tuta tem duas prisões decretadas pelo Ministério Público de São Paulo. Ele foi alvo da Operação Sharks, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
A ação é parte da investigação que envolve 19 integrantes da organização criminosa PCC e foi desencadeada em outubro de 2023.
Principal liderança de rua do PCC, à frente da chamada 'Sintonia Final da Rua', Tuta não foi preso na ocasião. Segundo o MP, ele é o responsável por comandar os integrantes soltos da organização criminosa, mantendo contato direto com a cúpula da facção que está no sistema prisional.
Tuta também seria responsável pelos planos de fuga das lideranças da facção reclusas em presídios federais, e por liderar os planos de assassinar agentes e autoridades públicas em represália às transferências e às ações contra a cúpula da organização.
"Na prática, M.R.A. sucedeu 'Marcola', incomunicável após decisão tomada em atendimento a pedido do Gaeco, como principal liderança e mandatário da facção", informou o MP-SP à época.
"O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso, só que em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção", explicou na ocasião o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há décadas em São Paulo.
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