UEMA: Enquanto Enfermagem Brilha com Nota 4, Medicina de Caxias Amarga nota 1 e Pode Fechar
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) celebrou recentemente avanços significativos nos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2023, divulgados pelo INEP/MEC em 11 de abril de 2025. A instituição dobrou o número de cursos com conceito 4 em relação a 2019, consolidando sua qualidade em diversas regiões do estado. No entanto, o cenário no Anexo Saúde do Campus de Caxias revela um contraste gritante que joga luz sobre o verdadeiro cerne de problemas em uma de suas formações: o comportamento e desempenho de seus estudantes.
Enfermagem da UEMA: Exemplo de Excelência e Dedicação em Caxias
Em meio aos destaques positivos da Uema, o curso de Enfermagem do campus Caxias desponta como um verdadeiro exemplo de excelência e compromisso. Avaliado com um sólido conceito 4 no Enade 2023, o curso de Enfermagem demonstra a qualidade do ensino, a dedicação do corpo docente – reconhecido entre os mais competentes do estado – e, crucialmente, o empenho de seus alunos.
Este feito é ainda mais notável quando se considera que a Enfermagem em Caxias compartilha, em grande medida, a mesma infraestrutura física e um corpo docente similar ao do curso de Medicina, que amargou um resultado desolador. O sucesso da Enfermagem, cujos alunos frequentemente enfrentam jornadas duplas e pertencem a classes sociais menos favorecidas, majoritariamente mulheres, prova que a excelência acadêmica é alcançada com esforço e seriedade, independentemente de privilégios de berço.
Medicina: A Queda Livre de um Curso Marcado por Incompetência Estudantil e Escândalos
Se a Enfermagem inspira, o curso de Medicina da Uema em Caxias preocupa e revolta. Com um Conceito Preliminar de Curso (CPC) de pífia nota 1 – a mais baixa possível na avaliação do MEC – a formação médica em Caxias enfrenta um sério risco de descredenciamento e fechamento.
O contraste com a Enfermagem, no mesmo campus e com recursos semelhantes, é um tapa na cara. A estrutura é praticamente a mesma, os professores são os mesmos profissionais altamente qualificados, mas o resultado é diametralmente oposto. A explicação para essa discrepância parece residir não na instituição ou no corpo docente, mas no próprio corpo discente do curso de Medicina.
Fontes e análises contidas no material de avaliação sugerem que o perfil dos estudantes de Medicina em Caxias, frequentemente oriundos de classes mais abastadas e com maior poder aquisitivo – os "filhinhos de papai" que tanto se fala –, pode ser um fator determinante para o baixo desempenho. Enquanto na Enfermagem a necessidade e a garra impulsionam a dedicação, na Medicina parece haver uma crença em privilégios que dispensa o estudo sério e o empenho necessário.
Vitimismo Político e Escândalos: O Histórico Que Desmascara a "Incompetência"
Após a divulgação da nota 1, em vez de assumirem a responsabilidade por seu desempenho pífio nas disciplinas, os alunos de Medicina de Caxias, muitos com maior acesso à mídia e conexões políticas, iniciaram um movimento de "vitimismo". Buscaram apoio para culpar outros por sua própria "incompetência", chegando a mobilizar representantes políticos que se manifestaram publicamente, focando apenas no risco de fechamento do curso "privilegiado" e convenientemente ignorando o êxito do curso de Enfermagem, que de fato representa o empenho e a competência diante das mesmas condições.
Questiona-se o "prejuízo social e econômico" citado por apoiadores da Medicina: que prejuízo é esse para Caxias e região se o curso não reflete em mais médicos dedicados nos postos de saúde, e se o empenho dos alunos é tão baixo? A nota 1 reflete precisamente essa falta de seriedade e dedicação.
A situação é agravada por um histórico recente de escândalos que mancham a imagem do curso de Medicina de Caxias e reforçam a percepção sobre a índole de parte de seus alunos:
- Venda de Vagas (Agosto de 2023): A Polícia Civil desmantelou um esquema de venda de vagas envolvendo um ex-procurador da Uema. Alunas vindas do Paraguai pagavam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por matrículas irregulares, muitas vezes com decisões judiciais falsas. Um escândalo que evidencia a tentativa de comprar o acesso ao curso, reforçando o comportamento de quem acredita que dinheiro pode resolver a falta de mérito.
- Ameaças e Apologia à Tortura (Janeiro de 2024): Mensagens chocantes em um grupo de WhatsApp de membros de uma atlética estudantil ("Cangaceira") revelaram alunos de Medicina apoiando tortura e ameaçando uma professora chefe de departamento com frases como "Jogar bosta no carro dela" e "amordaça ela de verdade". Um episódio que expõe um ambiente estudantil tóxico, violento e completamente alheio à ética e ao respeito que deveriam pautar a formação de um profissional de saúde.
Esses incidentes não são isolados; eles pintam um quadro preocupante do perfil ético e do compromisso com a excelência acadêmica de parte considerável do corpo discente de Medicina em Caxias.
A Verdade por Trás da Crise
Enquanto a Uema avança e cursos como Enfermagem em Caxias mostram que é possível, com dedicação e empenho, alcançar a excelência mesmo com menos recursos e enfrentando mais dificuldades sociais, o curso de Medicina na mesma unidade se afoga em resultados pífios e controvérsias. Os dados do MEC/Enade, somados aos escândalos recentes, apontam para uma dura e necessária conclusão: a crise na Medicina de Caxias não parece ser de estrutura ou corpo docente, mas sim do próprio corpo discente. A nota 1, mais do que um alerta para a instituição, serve como um espelho implacável da "incompetência", do vitimismo e dos privilégios que parecem marcar a trajetória de parte dos alunos, colocando em xeque o futuro de uma formação que, ironicamente, deveria servir à sociedade, mas cujos próprios estudantes parecem ser o maior obstáculo à sua qualidade e permanência. A Enfermagem em Caxias mostra o caminho do mérito; a Medicina, infelizmente, ilustra o fracasso do privilégio sem esforço?
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