Papa Francisco não celebra missa de Páscoa pela primeira vez desde início de seu papado
Cerimônia foi conduzida pelo cardeal italiano Angelo Comastri, Papa fez rápida aparição na janela e escreveu mensagem Urbi et Órbi dizendo que "não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento"
Ainda com a saúde debilitada, se recuperando de um quadro de pneumonia bilateral, o papa Francisco não ministrou a tradicional missa de Páscoa realizada neste domingo (20) na Praça São Pedro, no Vaticano.
Francisco, que está com 88 anos e deixou o hospital há menos de um mês, fez apenas uma rápido aceno aos milhares de católicos que acompanhavam a celebração, que foi presidida pelo cardeal italiano Angelo Comastri. O pontífice ainda teve dificuldade ao desejar Feliz Páscoa aos católicos.
É a primeira vez, desde 2013 quando assumiu o papado, que Francisco não participou de eventos da Semana Santa. O papa esteve reapidamento na Basílica de São Pedro na tarde deste sábado (19) e cumprimentou alguns fiéis de sua cadeira de rodas.
Comastri leu a homilia que foi escrita pelo papa, que quebrou a tradição, já que a missa pascal não tem o popular "sermão".
No texto, lido pelo cardeal, Francisco diz que Jesus Cristo "não se trata de uma bela história para contar nem de um herói do passado ou uma estátua a ser colocada num museu".
O cardeal Comastri acrescentou no final um agradecimento ao Santo Padre, "por este forte convite a despertar a nossa fé em Jesus ressuscitado e vivo, e sempre presente ao nosso lado. Obrigado, Papa Francisco e Feliz Páscoa!".
Até o início da manhã, o Vaticano não havia confirmado a presença e sequer a aparição de Francisco na missa, ressaltando que tudo dependeria das condições de saúde e do clima.
Antes, o Vaticano confirmou que o papa se reuniu com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, meses após criticar a política migratória americana do governo Trump.
Urbi et Órbi
Na Mensagem Urbi et Orbi (para a cidade de Roma e para o mundo), lida pelo Monsenhor Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícia, o papa lançou um apelo para o desarmamento do mundo e exortou os líderes a usaram os recursos da indústria bélica para combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.
"Estas são as 'armas' da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!", escreveu Francisco na mensagem lida no Domingo de Páscoa.
"Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento", disse Francisco.
O papa ainda elencou várias regiões de conflito no mundo definiu como "dramática e ignóbil" a situação humanitária em Gaza.
Em seguida, estendeu os votos de paz a todo o Oriente Médio, de modo especial ao Líbano, à Síria e ao Iêmen. Paz também para o Sul do Cáucaso e aos povos africanos vítimas de violências, especialmente a República Democrática do Congo, o Sudão, o Sudão do Sul, o Chifre da África e a Região dos Grandes Lagos. Na Ásia, o pensamento de Francisco vai a Mianmar, que além do conflito armado sofre com as consequências do terremoto.
"Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade".
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